“Comunicar para socializar as necessidades da região”

10/09/2007

Desde os primeiros passos, há 40 anos, o Movimento de Organização Comunitária (MOC) estimula o desenvolvimento integral e sustentável, indicando alternativas para o crescimento social e econômico. Camila Oliveira, integrante da Agência Mandacaru de Comunicação e Cultura (AMAC), faz parte dessa história por intermédio do Projeto Jovens Comunicadores e conta como o movimento social foi a passagem para seu crescimento pessoal e a intervenção na sociedade.

Nascida em Valente, a jovem desde cedo esteve atrelada ao movimento social e identifica essa ligação como a porta de entrada para alcançar seus objetivos. “Eu participava do grupo de jovens da Igreja Católica e integrava também o Movimento de Mulheres, onde prestava serviços de assessoria, pautando informações que eram de interesse do gênero, além de ser agente de família e apresentar o programa de rádio Espaço Mulher que ia ao ar na rádio comunitária do município”, conta.

Em 2003, o MOC em parceria com o Instituto Credicard abriu seleção para o Projeto Jovens Comunicadores, iniciado em 2001, sendo pioneiro na Região Sisaleira em estabelecer uma relação entre comunicação e juventude. Camila foi uma das indicadas pelas entidades da região para participar do projeto. “O primeiro desafio estava à minha frente, concorrer com meus colegas a uma vaga nesse tão sonhado espaço de variado aprendizado”, explica.

Construindo conhecimento - A jovem foi selecionada e declara que o processo seletivo foi apenas um dos desafios que precisavam ser superados. “Fazer parte de uma equipe que havia quase dois anos já estava participando de capacitações e desenvolvendo ações de comunicação na região não foi fácil. Aprendi muito, mas também só consegui superar essa etapa por causa da vontade de comunicar para socializar as necessidades da região”, afirma.

De acordo com Camila, desenvolver a comunicação naquele momento era estar informada de todos os fatos que aconteciam, independente da temática. “Quando participava apenas do Movimento de Mulheres analisava só assuntos referentes ao gênero, começava a ver um horizonte mais amplo e ser reconhecida pela comunidade como Camila Comunicadora”, diz.

Nesse constante aprendizado, a jovem conta que diversas transformações aconteceram, “nesse sentido não falo apenas de mim, mas de outros jovens, que assim como eu conseguiram quebrar as barreiras do medo e comunicar com responsabilidade, garantindo a participação nos espaços de discussão política e sendo reconhecidos como jovens compromissados com a causa social e política da região”, declara.

Camila afirma que mesmo com o fim do projeto, as experiências adquiridas no transcorrer do tempo deixaram marcas positivas na vida de todos os jovens que fizeram parte dele. “O que aprendi nas capacitações, oficinas, seminários, viagens de intercâmbio nunca será deixado de lado. Atualmente, na condição de comunicadora, aplico esse conhecimento na Agência Mandacaru de Comunicação e Cultura, fruto do projeto, que para mim é o grande resultado desse processo de formação”, conta.


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