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Projeto Cisternas nas Escolas realizou oficina de capacitação para Monitores Pedagógicos
02/09/2019
Aconteceu entre
os dias 27, 28 e 29 de agosto, em Feira, um encontro de capacitação
dos monitores pedagógicos do Projeto Cisternas nas Escolas e contou com a
participação do Movimento de Organização Comunitária(MOC), representado pela
técnica Ana Paula Duarte, do Programa de Educação do Campo Contextualizada (PECONTE)
e por Ana Glécia, Coordenadora do Programa de Água, Produção de Alimentos e
Agroecologia. O Projeto Cisterna das Escolas é uma parceria da Articulação do
Semiárido Brasileiro – ASA Brasil e desenvolvido pelo MOC.
Essa
atividade teve o objetivo de realizar a formação de monitores pedagógicos do
projeto cisternas nas escolas Tc 047/2014 em questões raciais e atuação em
comunidades quilombolas. Durante a formação teve a realização de mesas de
debates sobre educação contextualizada e comunidades tradicionais, buscando
desafios para uma educação antirracista, mesa de debates sobre os desafios e
perspectivas para educação no atual contexto político, intercâmbios, visitas de
campo, e atividades que pretendem contribuir com a formação de Monitores
Pedagógicos que integram o Projeto. Estes exercerão o papel de articuladores
das ações do projeto nos seus Estados de origem.
“A
Oficina de Monitores Pedagógicos é mais um diferencial dos processos formativos
da ASA, no esforço de qualificar e oportunizar as equipes que executam as
etapas do Cisternas nas Escolas de trocar saberes e beber de fontes e referências
potentes no que tange as políticas públicas de água, segurança alimentar,
educação contextualizada é agora trazendo fortemente o elemento da Educação
Escolar Quilombola. Foi incrível! ”, ressaltou Ana Paula, a técnica do Programa de
Educação do Campo Contextualizada do MOC.
Na
programação do segundo dia, os participantes visitaram experiências
agroecológicas e de educação contextualizada na comunidade quilombola do
Maracujá em Conceição do Coité, e também ocorreu uma roda de prosa sobre o
processo de certificação quilombola e educação contextualizada enquanto
política pública e são nesses processos formativos onde eles constroem a
metodologia de ação do projeto.
“A ASA vai começar uma execução com as
comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais e a gente está no
momento de capacitação dos monitores e monitoras pedagógicas, com o pessoal que
organiza os grupos de capacitação com os professores e com as famílias. E hoje
estamos aqui em uma atividade em Conceição do Coité, muito interessante, a
gente visitou a comunidade de Maracujá quilombola, onde apresentou um pouco da
realidade da comunidade no em torno da escola e a disputa da escola pra manter
isso funcionando, pra se organizar melhor e pela cisterna pra também garantir
água, uma experiência muito importante, os relatos foram
interessantíssimos e a gente vai levar
muita coisa pra gente refletir nas futuras capacitações que vão ocorrer no
resto do semiárido” , destacou Rafael Neves, coordenador nacional da P1MC e Cisterna nas Escolas.
“Para
mim o que mais chamou minha atenção, foi a vontade de existir pessoas que estão com
o desejo de construir uma educação diferenciada, que tem uma relação da
convivência com a comunidade, existe uma abertura da secretária, do poder
público, também estar comungando com essas ideias e colocando em prática, onde
vejo uma educação que observa as coisas da comunidade, analisa e tira
encaminhamentos de transformação dessa realidade. Isso tudo que aconteceu aqui
é bem interessante, particularmente nunca tinha visto nada parecido em outro
lugar e traz um diferencial muito importante da transformação e do diálogo com
o poder público e a comunidade”, frisou Célia Araújo, da Entidade PATAC.
No
último dia aconteceu as partilhas sobre as experiências do MOC com as oficinas
de Educação Contextualizada com foco em comunidades quilombolas e com os
elementos do Conhecer, Analisar e Transformar- CAT, trabalhos em grupos com
construções de estratégias didáticas e pedagógicas para as oficinas de Educação
Contextualizada, avaliação do encontro e a mística de encerramento.
Cisternas nas Escolas
Diversas
organizações que formam a rede Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) dentre
elas o MOC, incidem há anos na temática da educação contextualizada. E, em
2010, a partir de uma provocação do Unicef e inspirada na trajetória destas
experiências, a ASA começou a executar o Programa Cisternas nas Escolas, que
provém as instituições de ensino na zona rural com uma cisterna com capacidade
para 52 mil litros e capacitações da comunidade escolar em gestão de água e
educação contextualizada.
Nesta perspectiva, a escola passa a promover reflexões sobre o acesso à água no Semiárido não a partir da escassez do recurso devido a uma causa ambiental, mas a partir de uma visão crítica sobre a histórica concentração da água, fruto da forte desigualdade social. Essa visão crítica também desmistifica a imagem do Semiárido como um local inóspito e sem vida. A cisterna escolar é construída com placas de cimento e tem capacidade para armazenar 52 mil litros, o que pode garantir o acesso à água por até 8 meses.
Comunicação
MOC