40 Anos Por Um Sertão Justo

40 Anos Por Um Sertão Justo

Em 2007 o MOC comemora 40 anos de existência. Criado em 1967, o MOC é uma organização não-governamental que surgiu com o objetivo de organizar as comunidades carentes de Feira de Santana. No decorrer da década de 1970, o foco de atuação se deslocou para as comunidades rurais do semi-árido baiano, especialmente na Região Sisaleira. Na busca pelo desenvolvimento sustentável começou a desenvolver ações de fortalecimento da sociedade civil, da agricultura familiar, dos direitos de mulheres, jovens, crianças e adolescentes, da educação do campo, da comunicação comunitária e do acesso à água.

Com uma metodologia em que todos são considerados sujeitos da ação, a entidade tem mobilizado as pessoas para discutirem os problemas do cotidiano. Alguns dos marcos da atuação foram a criação do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (CEAPE), o apoio e a organização das famílias atingidas pela construção da Barragem Pedra do Cavalo, a fundação de associações de apoio aos trabalhadores rurais e agricultores familiares como as APAEBs e as cooperativas de crédito, a alfabetização de jovens e adultos, cursos profissionalizantes, entre muitas outras.

Em comemoração aos 40 anos de "vida útil" às comunidades do semi-árido, o MOC desenvolve a campanha 40 ANOS POR UM SERTÃO JUSTO, que conta com spots radiofônicos, outdoors, publicação de histórias de vida do público do MOC, uma publicação sobre a história da entidade e um evento de comemoração no dia 27 de setembro de 2007, que conta com a participação do renomado teólogo Leonardo Boff.

A região do semi-árido baiano era sempre vista como uma terra onde a seca e a miséria prevalecem. A região, carente de políticas públicas adequadas, há quatro décadas tem contado com a ajuda do MOC que mostra ao homem e a mulher do campo que é possível viver bem no sertão, promovendo seu desenvolvimento sustentável.

Embora as dificuldades existam, a convivência com o semi-árido já é uma realidade. No entanto, o senso comum e o preconceito durante muitos anos encobriram histórias de vida que revelam sertanejos fortes e comprometidos com o movimento social. Forte não apenas por enfrentar os períodos de estiagem, mas, por acreditarem que é possível garantir a sobrevivência no semi-árido. Veja a seguir alguns depoimentos do público prioritário do MOC nessas 40 anos de luta por um sertão justo agricultores   familiares, mulheres, jovens, crianças, comunicadores e sindicalistas expressam o que o MOC significou na vida de cada um e cada uma deles:



“O MOC foi uma luz na minha vida. Sei que também contribui muito com a história da entidade desde quando conheci o seu trabalho, isso na década de 80. Hoje tudo que sei em termos políticos e educativos devo a essa entidade que também contribuiu muito com o desenvolvimento da Região Sisaleira”

Helena Barreto
Agricultora, Serrinha

 

40 Anos Por Um Sertão Justo

“O MOC contribui muito na minha vida. Uma coisa que carrego comigo é a sensibilização no sentido de ser persistente e lutar com amor e dedicação para enfrentar as barreiras que existem em todo trabalho, buscando sempre atingir os meus objetivos. Além disso, o trabalho com o MOC me incentivou a andar sempre com a verdade”.

Hosmailton de Araújo Oliveira
Educador, Retirolândia

 

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“Atuar no Projeto Agentes de Família foi muito gratificante. Marca registrada na minha vida tanto pelas conquistas pessoais como as profissionais. Foi através do MOC que me tornei referência no meu município e até mesmo dentro da minha própria casa. Tenho o MOC como um anjo que surgiu na minha vida que não veio me dar o peixe, mas me ensinou como pescar, através da sua metodologia de trabalho que valoriza as pessoas”.

Elineide de Oliveira Nascimento
Presidente do Conselho Tutelar, Santa Luz

 

“O MOC para mim é uma escola. Minha primeira aula (refere-se às capacitações) foi em 1979 na comunidade de Malhador. Depois desse momento estive presente me diversas ações promovidas pela entidade, como por exemplo, cursos para pedreiros e corte e costura para mulheres. Para mim foi um grande aprendizado, apartir daquelas atividades eu pude entender que nós precisamos trabalhar de forma coletiva e não individualista. Tive através do MOC várias oportunidades de crescimento, destaco a criação da Cooperativa de Crédito no município da qual fiz parte. Projetos como Agentes de Família, Prosperar, Água e Cidadania, CAT, dentre outros projetos e programas que contribuíram para o desenvolvimento da nossa região”.

Renivaldo Miranda 
Sindicalista, Riachão do Jacuípe

 

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“Conheci o MOC em 1994, porém já fazia parte do Movimento através da Igreja Católica do Município e nesse mesmo ano fui eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Coité. Participei de diversas atividades promovidas pelo MOC, uma dela foi a capacitação de radialista, ministrada pelo Jornalista Marco Aurélio e Patrícia Portela do UNICEF. Me senti orgulhoso em fazer programas de rádio depois dessa atividade. O MOC me ensinou a respeitar as diferenças e como lidar com as pessoas. Foram as capacitações do PETI, recursos hídricos, novas lideranças que aprendi tudo que sei hoje e me tornei uma liderança no meu município. Eu perdi até mesmo o medo de voar (avião). Costumo dizer que o MOC foi  minha faculdade que me ensinou a teoria e a prática, levando em consideração sempre os direitos e deveres de cada cidadão”.

Edvaldo Andrade Evangelista
Sindicalista, Conceição do Coité

 

40 Anos Por Um Sertão Justo

“O MOC tem contribuído muito para a vida das pessoas e para a Região. Em relação a mim, a entidade me ajudou demais, sobre tudo nas minhas escolhas profissional e pessoal. Foi o MOC que me ajudou a definir muito do que sou hoje, ele me deu a linha para descobrir o que gostaria de seguir e hoje sou uma comunicadora por conta da experiência vivida no Projeto Jovens Comunicadores. Destaco também o sentimento de pertencimento e valorização da minha região e sobre tudo das pessoas que me cercam”.

Aline de Oliveira Araújo
Comunicadora Comunitária, Valente

 

“O MOC nasceu 20 anos na minha frente e eu não tenho contribuído para a história do MOC mais do que o MOC tem contribuído na minha vida. Eu amadureci e cresci muito nos anos em que venho participando dos programas do MOC. A minha auto-estima, a minha valorização como mulher, como rural, a minha convicção política social, essa é a grande alavancada que o MOC deu para a gente estar se formando e evoluindo”.

Andréa Santos
Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Santa Luz

 

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A história do agricultor familiar Antônio José Gonçalves de Souza, presidente da Cooperativa de Crédito Rural em Serrinha, está há 30 anos em contato com o trabalho desenvolvido pelo o MOC e revela o que mudou na sua vida a partir daí. Confira a matéria completa na seção Experiências.

Antônio José de Souza 
Agricultor Familiar e Presidente do SICOOB Serrinha

 

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“Comunicar para socializar as necessidades da região”
Esse é o trabalho de Camila Oliveira, integrante da Agência Mandacaru de Comunicação e Cultura. A jovem explica como o envolvimento com a entidade causou mudanças significativas em sua vida, garantindo a participação nos espaços de discussão política que estimulam o desenvolvimento da região. Confira a matéria completa na seção Experiências.

Camila Oliveira
Comunicadora comunitária, Retirolândia

 

Como a maioria dos jovens da zona rural, Davi Andrade, morador de Tucano, tinha o sonho de terminar os estudos e ir para São Paulo em busca de novas perspectivas. No entanto, através do trabalho de Juventude, desenvolvido pelo Programa de Políticas Públicas do MOC, o jovem descobriu que a terra prometida está aqui. Confira a matéria completa na seção Experiências.

Davi Andrade
Coletivo de Jovens, Tucano 

 

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A série História de Vidas dessa semana traz o relato de uma educadora que venceu profissionalmente e pessoalmente ao participar das experiências da Jornada Ampliada do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e do Projeto Baú de Leitura, Ivonete Carneiro Amorim. De início ela era uma monitora que timidamente foi vencendo barreiras e conquistando espaços. Confira a matéria completa na seção Experiências.

Ivonete Carneiro Amorim
Educadora do Campo, Candeal