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Campanha “Vamos Mudar a Regra do Jogo? Homens pelo fim da Violência Contra as Mulheres”
A desigualdade de gênero tem se tornado nos últimos anos um dos problemas
públicos de maior visibilidade social e política e reconhecida atualmente como uma das violações mais constantes de direitos
humanos, ainda que estejamos dando passos largos para uma realidade mais
igualitária entre homens e mulheres, ainda há muito a se construir. Acreditamos
que só é possível avançarmos na luta pela conquista da igualdade e equidade
de direitos, se também apostarmos no engajamento de homens e meninos para construir
novas relações de gênero, sem atitude e comportamentos machistas.
Por que entendemos que é importante o envolvimento
dos homens nesta luta? Conforme mapa da Violência 2015, todos os dias morrem 13
mulheres vitima de violência de gênero Brasil. Das vítimas, 50,3% foram
assassinadas por familiares e 33,2% dos crimes foram cometidos por parceiros ou
ex-parceiros. Os números de homicídios de mulheres brancas
apresentou uma queda de 9,8%. Já os homicídios de meninas e mulheres negras
aumentaram em 54,2% no mesmo período (2003-2013). Entre as vítimas de crimes
violentos, a maioria é de mulheres jovens, entre 18 e 30 anos, em maior número
de negras e pobres.
O Estado da Bahia continua como
índices bastante elevados apresentando registro de quase 10 mil casos de
violência contra a mulher somente no primeiro trimestre de 2016, segundo dados
divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). Estas
atrocidades acometem também, as mulheres dos territórios do Sisal, Bacia do
Jacuípe, Portal do Sertão, sendo que muitos casos não são inseridos nas
estatísticas oficiais da violência.
Neste contexto o Movimento de Organização
Comunitária - MOC com o apoio da Actionaid, lança a Companha 2016 – “Vamos Mudar a Regra do Jogo? Homens pelo
Fim da Violência Contra as Mulheres” que tem o objetivo de envolver homens
e mulheres para refletir criticamente sobre os padrões culturais geradores de
desigualdades de gênero e a violência contra as mulheres, na perspectiva de
mudanças de atitudes e comportamentos machistas, para garantia dos Direitos
Humanos das Mulheres e uma cultura de paz.
Você pode mudar essa realidade. Diga não a violência contra as mulheres!
“Violência de gênero ou violência contra a mulher é
qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano, sofrimento
físico, sexual ou psicológica á mulher, tanto na esfera pública como na esfera
privada”
(Atr. 1º da Convenção Interamericana para prevenir,
punir, erradica a violência contra a mulher, 06/06/1994)
Tipos
de Violência Contra as Mulheres:
Física, qualquer ação ou conduta que cause danos, sofrimento físico ou que
prejudiquem a saúde corporal. Exemplos: tapas, socos, pontapés, cortes,
queimaduras, puxadas de cabelo, deixar sem assistência médica.
Psicológica, qualquer ação que lhe cause prejuízo
psicológico e diminuição da autoestima, como humilhação, chantagens, ameaças,
ofensas, isolamento e ridicularização.
Sexual, qualquer conduta que cause danos ou sofrimento sexual. Exemplo:
assédio, estupro, beijo a força, obrigar a presenciar ou praticar violência
sexual não desejada, obrigar a comercializar seu corpo e impedir o uso de
qualquer método contraceptivo.
Patrimonial, Ação ou conduta que cause danos, retenção ou
destruição de bens, valores ou recursos econômicos, de objetos, instrumentos de
trabalho e documentos pessoais. Exemplo: tomar dinheiro e imóveis; rasgar ou
esconder documentos pessoais, material de trabalho, roupas e sapatos e não
pagar pensão alimentícia.
Moral, Espalhar publicamente boatos falsos, caluniar, difamar ou cometer
injúria contra a mulher;
Institucional, é aquela praticada nas instituições prestadoras
de serviços públicos como hospitais, postos de saúde, delegacias, escolas,
judiciário. É perpetrada por agentes públicos que deveriam proteger as mulheres
em situação de violência.