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Encontro Territorial de Mulheres Rurais e Urbanas marcou os 15 Anos de Caminhada da Rede de Produtoras da Bahia
16/07/2018
“Somos a Rede de
Produtoras da Bahia. Somos a Força das Mulheres da Terra”. Um lema ancorado por
uma multidão de mulheres e demais companheiros que participaram na sexta-feira (13)
de julho do Encontro Territorial de Mulheres Rurais e Urbanas em comemoração
aos 15 anos de história, caminhada e luta por mais direitos, da Cooperativa Rede
de Produtoras da Bahia (COOPEREDE), que trabalha com a missão de articular e
fortalecer a cooperação dos grupos de empreendimentos econômicos solidários, caminhando
e semeando as vivências e experiências no Semiárido da Bahia.
O encontro iniciou com
uma linda mística, que representou através de cantoria, gritos de guerra,
faixas, cartazes e o hino da Rede, a luta dessa caminhada, por direitos e
conquistas, caracterizando o protagonismo das mulheres em seus espaços espalhados
pelas terras baianas. Logo após, com muitas emoções, choros e sorrisos, três
grandes mulheres que fazem parte dessa história de 15 anos, relataram e relembraram
os desafios e as vitórias de cada passo dado pela Rede desde uma pequena
organização das mulheres até onde chegaram na trajetória.
A companheira Analice
Rosário contou sobre o início da organização das mulheres, que historicamente foram
excluídas dos espaços, de direitos, autonomia e liberdade, sendo através dessas
organizações, que começaram a perceber seus potenciais e buscar meios de
coloca-los em práticas e ter uma vida livre. “O Movimento de Mulheres
Trabalhadoras Rurais é a mãe da Rede, foi daí que tudo começou (...). E hoje é muito
bom ver em um momento como esse o avanço da Rede e se fortalecendo cada vez
mais”, frisou Analice.
Para expor um pouco
sobre o surgimento da Rede de Produtoras da Bahia Valmira Lopes abordou que
metade de sua vida está ligada ao trabalho com a Rede, que muito nova começou a
participar de reuniões, formações e que a partir das orientações e incentivos
do MOC e do Movimento de Mulheres que em 2012 se formou a Rede ainda muito tímida
com 5 grupos, com o apoio da Casa Nordeste do Recife, que levou troca de experiências
de outras Redes a partir de intercâmbios e também no dia a dia com os
conhecimentos adquiridos na caminhada. “Esse momento só tá acontecendo porque vocês
estão aqui. Muito Obrigada”, disse Valmira agradecendo todas as parcerias, em
especial a pessoa de Celia Firmo pela grande força de superar desafios e manter
firme nas conquistas da Rede.
A Coordenadora da Rede
Joseane Lopes relatou parte de sua vivência nessa caminhada de 15 anos,
lembrando que só se constituiu a Cooperativa Rede de Produtoras da Bahia com a
organização e articulação de grupos de produções, pela necessidade de ter
espaço para comercializar o que as mulheres estavam produzindo.
“Hoje eu estou aqui enquanto
dirigente da Cooperativa, mas não estou sozinha, não consigo fazer esse
movimento essa articulação, essa continuidade desse trabalho e dessa história que
foram começadas por mulheres que acreditaram, que buscam se empoderar e ter uma
vida melhor, essa história não continua se não tiver cada uma de vocês na base,
se não tiver os parceiros de mãos dadas, que acreditam nessa Rede (...). Com a
força de vontade de vencer e a coragem de transformar cada dia mais suas vidas,
que elas conseguem se empoderar, conseguem ter sua própria renda, que consegue estarem
articuladas dentro do seu município. Isso é o que nos faz acorda todos os dias
e vencer o desafio de se tornar uma Cooperativa cada dia mais forte porque a
gente acredita na competência e vocês. (...). As lutas das mulheres é isso, não
podemos deixar a peteca cair, mas seguir diante de perdas e dos desafios e
fortalecer cada vez mais nossa caminhada”, expressou Joseane.
Um vídeo documentários “Mulheres
da Terra” narrando a história da Rede também foi exibido durante o encontro.
Seguindo para as homenagens com imagem de Maria Madalena representando todas
mulheres da terra, ela que deixou um legado de contribuição e conhecimentos
para a Rede, confeccionada em Boneca e entregue aqueles que fazem parte
ativamente do seu desenvolvimento e trajetória de 15 anos. Entre as diversas homenagem
o MOC foi ressaltado mais uma vez como maior incentivador dessa história,
representado por Célia Firmo que como pessoa também contribuí nesse processo,
pois acredita na forca das mulheres, no quanto essas precisam de oportunidades
para serem livres autônomas e felizes.
“Maria
Madalena que sempre buscou quebrar os paradigmas do que era colocado que não
era possível para uma mulher, que representou todas as mulheres na Assembleia
constituinte lutando para aposentadoria para mulheres trabalhadoras rurais, pois
isso as ideias que Madalena defendeu estarão vivas pra sempre, isso faz a
continuação da luta, faz acreditar que é possível continuar essa história”, frisou
Célia Firmo agradecendo a Rede pela homenagem.
“Nesse
momento é muita felicidade ver essa Rede chegar aos 15 anos, porque nós sabemos
que Madalena estar presente e nós sabemos o quanto a gente lutou e luta para a
gente ver as mulheres com sua independência, sua autoestima, e hoje essa
mulheres unidas em Rede e cada vez mais eu sei que essa Rede vai crescer e vai
nascer muitos e muitos filhos ai dessa Rede. Só agradecer mesmo de coração e
nós do MOC nós esta ai para dar todo apoio. Sei da responsabilidade de Célia em
querer ver essa Rede crescer, não só a Rede como todos os movimentos sociais.
Muito Obrigada por essa homenagem a Maria Madalena e a todas nós”, falou a Diretora
do MOC Teresinha
“Muita Felicidade em está aqui com as meninas da Rede, Deus abençoe elas sempre. Todas elas fazem o futuro para alguém que fica em casa, nós só temos que agradecer a Deus esse momento e nós estamos aqui para ajudar elas nesse compromisso, todas nós vamos caminhar junto nesse compromisso, muito obrigada”, disse Dona Carmelita (representando todas as mulheres da Rede).
Um
momento delicado de falar sobre os desmonte da conjuntura política atual foi necessário,
principalmente quando se fala nessa vontade de continuação da Rede de
Produtoras da Bahia, pois é preciso clarear as compreensões do quanto os
direitos estão sendo excluídos do povo, que atinge fortemente as mulheres,
conquistas que com muitas lutas foram tendo êxito, mas que estão retrocedendo
no Governo atual. E para refletir sobre esse assunto Celia Firmo e Roseval
Leite debruçaram suas falas em torno de conscientizar nas escolhas de colocar
realmente representante dos interesses do povo no poder. “O poder é do POVO”.
E para toda festa hora do Bolo, uma lindeza de cores e sabores para comemorar e parabenizar a todas as mulheres ali presente que fazem parte dessa história de 15 anos de existência, resistência e insistência na força da mulher da terra. Como diz a canção a luta continua. “Entrei na luta da luta eu não fujo, pelos direitos da luta eu não fujo, pela igualdade da luta eu não fujo, pra construir uma nova sociedade”.
Por: Robervânia Cunha
Programa de Comunicação do MOC
Veja o vídeo de Agradecimentos:
https://www.youtube.com/watch?v=WIhMnEHpSuY