Publicações
- Inicial
- Publicações
- Geral
Caminhos para Convergências Agroecológicas - ÁGUA, TERRA: VIDA foi tema de mesa redonda dentro do FSM em Salvador/BA
15/03/2018
Na tarde da última quarta (14), durante o Fórum Mundial
Social (FSM), na Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Campus Ondina, em
Salvador/BA, a Tenda de Convergências Agroecológicas contou com mesa redonda para
promover uma série de diálogos e reflexões voltados para a temática: “Caminhos
para Convergências Agroecológicas - ÁGUA, TERRA: VIDA”. A mesa teve
participação dos/as debatedores/as Naidison Baptista (Articulação Semiárido
Brasileiro), Irene Cardoso (Associação Brasileira de Agroecologia), Graciete
Santos (Casa da Mulher do Nordeste), Germán Nino (Red Latinoamericana sobre
Deuda, Desarollo e Derechos), sendo mediado por Elisângela Araújo (Fórum Baiano
de Agricultura Familiar).
As ações do Comitê são organizadas por entidades que fazem
parte da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Articulação de Agroecologia na
Bahia (AABA) e do Fórum Baiano da Agricultura Familiar (FBAF), que propõe
refletir sobre a transformação social, compreendendo o significado da
agroecologia, que vem propõe um modelo de desenvolvimento sustentável,
valorizando a vida e a diversidade, ao contrário do agronegócio, que
deixa rastros de exploração e destruição.
“Agroecologia é vida”. Essa foi a definição que direcionou as
falas de resistência no sentido de criar e transformar as relações sociais,
como é proposto pelo FSM 2018, levando agroecologia como um principio
fundamental na construção e perspectiva de que outro mundo é possível,
contrapondo um modelo de sistema capitalista que destrói cada vez mais as
terras, águas e vidas. “Não queremos agroindústria, com grande utilização de
agrotóxicos. Queremos um meio viável de vida!”, expressou o colombiano Gérman
Niño.
Em seguida, durante o debate, a integrante da Casa da Mulher
do Nordeste, Graciete Santos, ressaltou a importância do empoderamento das
mulheres nos processos de transição agroecológica, por entender que a mulher
tem papel fundamental em todos os espaços. Enfatizoo o protagonismo feminino no
trabalho e cuidados com as terras, águas, vidas e relações sociais. “A agroecologia está aqui como um movimento
politico, como prática, como ciência, ela traz uma proposta de projeto para a
sociedade. Esse propósito que questiona o modelo da agricultura que destrói,
questiona os modelos das relações, das pessoas com a natureza”, frisou
Graciete.
Ainda com olhares e reflexões sobre as convergências e práticas
agroecológicas, Irene Cardoso provocou inquietações: “O que estamos comento?
Como pensamos e vivemos a agroecologia no nosso dia a dia”, questionou. A
integrante da Associação Brasileira de Agroecologia destacou a importância das
relações harmoniosas com a natureza em contrapartida da Revolução Verde, que coloca
a humanidade à serviço de empresas. “As bases agroecológicas são as
alternativas viáveis contra a Revolução Verde, contra esse sistema tradicional.
As experiências e práticas dos agricultores/as são os movimentos que transformam
a compreensão e o fazer agroecologia”, enfatizou Irene.
Ao final, esse olhar transformador também fez parte da fala
do Coordenador da ASA, Naidison Baptista, que trouxe a agroecologia como parte
fundamental da Convivência com o Semiárido, defendido pela ASA, que luta e
busca a conquista de políticas públicas que garantam os direitos dos povos.
“Agroecologia é um modo de viver que implica que as pessoas estejam bem consigo
e com a natureza, aqui o sujeito assume o controle da sua vida e nesse processo
de construção, de conviver com o Semiárido, com a natureza, transformando sua
realidade”, afirmou Naidison, que traçou alguns elementos desse contexto de
construção, como: plantar, colher, cuidar e guardar, que são práticas das
famílias do campo nesse novo mundo possível e mais digno de se viver.
Por: Comunicação do Comitê de Convergências Agroecológica