MOC e entidades parceiras lançam campanha Pela Vida

17/11/2018
MOC e entidades parceiras lançam campanha Pela Vida

No cenário em que se busca fortalecimento, união e solidariedade, o Movimento de Organização Comunitária (MOC) junto com demais entidades e municípios dos Territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe, ACTIONAID, KnH e FATRES realizaram neste dia 16, no município de Retirolândia, o Lançamento da Campanha: #Pela Vida: Não a violência contra meninas e mulheres. A campanha está diretamente ligada a rede dos 16 dias de ativismo pelo fim da Violência contra mulheres que trata-se de várias mobilizações para conscientizar a população sobre diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres em todo mundo. No MOC ela é organizada pelo Programa de Gênero em parceria com o Programa de Comunicação (PCOM), contando com apoio imensurável da Actionaid Brasil.

Foi um dia repleto de sinergia, diálogos e muita sororidade. Músicas, místicas e simbologias para representar a luta de inúmeras mulheres que buscam equidade e garantia de seus direitos. O evento contou com a participação de mulheres, jovens, gestoras e lideranças que resinificou o compromisso pela vida das meninas e mulheres, com o propósito de ampliar o acesso a formação e informação na prevenção e enfrentamento a violência contra mulheres e meninas, bem como refletir sobre a desnaturalização da violência contra as meninas e o papel preventivo da família, escola e comunidade, como ainda estabelecer canais de diálogos com o poder público para que esse possa assumir o seu papel na proposição de políticas públicas e ações de prevenções a violência contra as mulheres nos municípios, além de fortalecer as estratégias de comunicação para o enfrentamento a violência e acesso das mulheres aos mecanismos de proteção.

Na abertura, falas compostas por lideranças e representantes de entidades sociais, Selma Glória, coordenadora do Programa de Gênero do MOC, falou sobre que enfrentar a violência contra meninas e mulheres é falar de humanidade e acrescentou. “A gente precisa frisar sempre isso: enfrentar a violência de meninas e mulheres é necessário discutir, propor pois é um compromisso assumido pelo MOC e tantos outros movimentos sociais, mas sendo papel de todas nós, pois são vidas que estão em jogo que tem tombado frente ao fascismo, ao machismo e ao patriarcado”.

A mesa de debate trouxe falas do Coletivo TamoJuntas, em nome de Naiara Bispo e Carla Lima; de Cláudia Muniz representando o mandado da Deputada Estadual Neuza Cadore; da Ronda Maria da Penha na pessoa da soldada Patrícia Sanches e representando o MOC a coordenadora Pedagógica Maria Vandalva Oliveira.

As representantes do Coletivo falaram como desenvolvem as ações do grupo e sobre a prestação de serviço multidisciplinar (jurídica, psicológica, social e pedagógica) de forma gratuita para mulheres em situação de violência.
Cláudia trouxe na sua fala a importância das leis para as mulheres, reforçando a necessidade de mais conhecimento e informação. Ponderou a importância das organizações e reforçou que a deputada está inserida na Comissão dos Direitos das Mulher e líder da bancada Feminista na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

Segundo Patrícia Sanches, faz-se necessário o comprometimento de todas as pessoas nos casos de violência que ferem o direito das mulheres e meninas. “É importante que as mulheres que sofrem com a violência possam denunciar, pois a geração de dados é o principal índice para que quebre o ciclo de violência. Nós da ronda dentro da polícia militar e outras redes não vamos agir se não haver denuncia”.

Para Vandalva, há uma grande necessidade de precisamos desnaturalizar as ações cotidianas. “Quando temos contato com pessoas que sofrem ou sofreram violência e a partir daí fazemos um recorte percebemos o quanto as meninas estão dentro desse dados de formas gritante, sobretudo sendo meninas negras, que sofrem mais ainda porque tem dupla violência que vem da raiz de todas essas violências sendo o patriarcado, o machismo somado ao machismo e a partir daí a gente busca desnaturalizar e romper com padrões culturais que define o lugar e o papel do direito de uns em detrimento do direito de outros”, conclui.

Durante o lançamento foram criadas agendas municipais, reforçando as ações de comunicação que buscam reafirmar a defesa pela vida humana e por seus direitos.




Por Kívia Carneiro
Fotos: Kívia Carneiro e Robervânia Cunha