Experiências que fortalecem a Convivência com o Semiárido com base na agroecologia foi apresentadas durante o FSM em Salvador

17/03/2018
Experiências que fortalecem a Convivência com o Semiárido com base na agroecologia foi apresentadas durante o FSM em Salvador

#MOC_PorumSertaoJusto

Na Roda de diálogos: Vivências para o Bem Viver no Campo e na Cidade, atividade proposta pela Tenda de Convergências Agroecológicas, durante o Fórum Social Mundial (FSM) 2018, diversas experiências foram apresentadas na confirmação das ricas possibilidades de viver e conviver com a realidade do povo, na essência da agroecologia,
refletindo sobre a transformação social, que passa pela necessidade da compreensão do significado da agroecologia, que vem propor um modelo de desenvolvimento que valoriza a vida e a diversidade, ao contrário do agronegócio, que deixa rastros de exploração e destruição.

Assim , na tarde do dia 14 de março foi exposta e trocadas diversas experiências como a de: Ana Célia dos Santos (Comunidade Quilombola de Remanso); Agilmário Oliveira dos Santos (Experiências de Agroindústria Familiar); Carlos Martins (Experiência das ações de Segurança Alimentar das SJDHDS/ Governo da Bahia); Ketty Marcelo Lopez – Organização Nacional de Mulheres Indígenas e Amazônicas do Peru; Erica Anne dos Santos Oliveira - Movimento dos Pequenos Agricultores); Rosival Leite (Experiência da FETRAF sobre Habitação Rural); Valdivino Rodrigues (Experiência de Fundo de Pasto); Gabriela Conceição (Presidente da Associação de Pescadores e Pescadoras de Cairú de Salinas. Integrante do grupo produtivo Casadas Mariscadeiras) contando coma mediação de Iara Andrade (UNICAFES/BA).

Entre as experiências estava a de Agilmario dos Santos acompanhado pela Chamada Pública de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER executado pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC), no município de Conceição do Coité, que apresentou a prática de agroindústria familiar com o Laticínio São Januário. “Estou vivendo um momento muito feliz, mas de muita luta, dedicação e trabalho”, expressou o produtor.

Na busca de encontrar outros meios de sobrevivências, o produtor Agilmario conta que morou durante algum tempo na Capital baiana, mas viu que ali não era sua praia, então retornou para seu interior e começou a trabalhar com o beneficiamento do leite, ou seja, com a produção de laticínios, de inicio com o queijo artesanal e depois também com a manteia, dentro dos princípios agroecológicos, pois produz sem aditivo químico, sem corantes e sem conservantes, levando um alimento saudável para a mesa do consumidor.

“Comecei a trabalhar com laticínio tem 15 anos, depois que fui para o interior, mas sem orientação de forma desorganizada, através do MOC, que me orientou a procurar o pessoal do SIM, que são pessoas especializadas no assunto, por que sempre me preocupei com a segurança alimentar para meus clientes, mas sem orientação, de um ano para cá mudou muita coisa, o pessoal começaram a me orientar a fazer as coisas certas e a ter desenvolvimento tanto no sentindo de crescer, como de qualidade. Então hoje eu tô muito seguro do que eu faço, toda batalha que foi árdua, que foi muito desgastante, vejo agora a recompensa”, contou o produtor.

Passando por diversas dificuldades, como financeiras, período longo de estiagem, a falta de orientação e apoio das políticas públicas, levou seu Agilmario a pensar em desistir. “Eu já pensei muitas vezes em desistir, mas eu pensava em que procurava meu produto e também precisam do meu laticínio, aquelas pessoas também que trabalham comigo, que me fornece o leite, então vendo que deixar isso de lado seria muito difícil e também quando eu vejo o empenho das pessoas que me ajudaram bastante, aquela disposição, foi muito forte, me ajudou bastante a resistir e continuar”, contou o produto ressaltando ainda que trabalha junto com sua esposa Cristina e mais quatro pessoas que tira o sustento de sua família com a geração de renda desse trabalho de laticínio.

Segundo Agilmario os produtos são bem aceito pelo diferencial que ele representa na questão saudável, nos caminhos da agroecologia, que trabalha em harmonia com a natureza e preservando a saúde e a vida das pessoas, por isso, se pensa em crescer e prosperar conquistando cada dia mais espaços e conhecimentos teóricos e práticos que confirma e afirma que é possível a Convivência com o Semiárido na sua realidade. “A ideia que eu tenho é só fortalecer, antes eu era sozinho com o MOC conheci também vários parceiros, que abraça nossa ideia, que tá lutando, mas o primeiro passo e mais importante foi do MOC, que foi quem me convenceu. Estou vendo mais possibilidades de crescer essa é minha esperança”, finalizou.




Por: Robervânia Cunha
Programa de Comunicação do MOC