Protesto contra a falta de merenda escolar no município de Ichu

09/11/2017
Protesto contra a falta de merenda escolar  no município de Ichu

#MOC_PorumSertaoJusto


A comunidade de Barra, no município de Ichu, ficou rodeada de mulheres empreendedoras, mães, alunos/as e comunidade local que protestaram pela falta de alimentos de qualidade na merenda escolar que está sendo distribuída aos estudantes do município.

Na manhã de hoje, 09, mulheres da Cooperativa de Produção, Comercialização e Serviço Padre Leopoldo Garcia Garcia –COOPERAGIL, realizaram um protesto pelas ruas até a frente da Escola Santo Antônio, na comunidade de Barra.

A causa, é referente à compra na chamada pública realizada pela prefeitura municipal de Ichu, onde a ARCO Sertão concorreu e venceu, no entanto a prefeitura não tem cumprido com o contrato. Desde o mês de setembro não houve repasse para pagamento a ARCO, que por sua vez repassa para as cooperativas, causando um transtorno na vida das mulheres cooperadas e consequentemente aos estudantes do município que deixam de ter uma merenda de qualidade nas escolas.

Desde junho de 2009, a Lei nº 11.947, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) devem ser utilizados obrigatoriamente na compra de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar.

“A ARCO tem o papel de contribuir com os empreendimentos associados e fortalecer nessas ações na busca de direitos, pois acaba sendo um desrespeito para com as pessoas que trabalharam e principalmente para com as crianças” fala a gerente financeira da ARCO, Hilda Mercês.

Para Gisleide Carneiro, Coordenadora do Programa de Fortalecimento a Empreendimentos Econômicos Solidários (PFEES) do MOC, ressalta que “a bandeira de luta do MOC é estar junto com povo na defesa dos seu direitos, e o MOC faz a acompanhamento a COOPERAGIL e a ARCO Sertão e acreditamos que não comprar a porcentagem que diz respeito a agricultura familiar prejudica a alimentação das crianças e a mulheres empreendedoras”.

Géssia de Jesus, representante da COOPERAGIL, comenta que “se a licitação foi para comprar produtos da agricultura familiar a prefeitura só pegou até o mês de agosto descumprindo o contrato e ainda por cima servindo merenda sem nenhuma qualidade as crianças. Não apenas como integrante da cooperativa, mas também como mãe, não podemos admitir essas práticas da prefeitura”. Ela ainda complementa, “as crianças não podem ficar se alimentando com biscoito industrializados, com café, nós servimos cupcake, sequilhos, sucos de frutas naturais, mingal alimentos da agricultura familiar e com qualidade”, completa.

Para Flávia Miranda, mãe de dois filhos, fala da manifestação “acho importante acompanhar as meninas que faz um trabalho bem feito e não tem o devido respeito da prefeitura, meus filhos reclamam da merenda que hoje é servida na escola, pois nesse calor não é justo servir café, biscoito, sopa. É necessário as reivindicações”.

A comunidade escolar não concorda com as ações tomadas pela prefeitura. O aluno Marcelo Cauã, participou da manifestação na busca de melhorias na merenda “eu estudo na escola cerca de dez anos e cerca de três meses vem servindo alimentos que não são bons, não têm os nutrientes que a gente precisa”.

A professora Raimunda Meire, reforça que “a manifestação é com certeza ensinamento de cidadania para o nosso povo, para a comunidade, principalmente para a comunidade escolar que precisa saber de seus direitos e as crianças precisam ser respeitadas”, completa.

Uma comissão da manifestação, junto com entidade MOC e ARCO Sertão seguiu até a sede do município para uma conversa com o prefeito Carlos Santiago, que explicou as dificuldades que o município vem sofrendo. A comissão ressaltou que o município precisa arcar com os compromissos. O diálogo foi sensato e ambos fizeram acordos de datas para efetuar as pendências.





Por Kívia Carneiro
Comunicóloga
Programa de Comunicação do MOC