Audiência Publica Interterritorial sobre violência contra mulheres acontece em Serrinha

09/12/2016
Audiência Publica Interterritorial sobre violência contra mulheres acontece em Serrinha

O Programa do Gênero do MOC, realizou hoje, 09, no município de Serrinha, Audiência Pública Interterritorial sobre Violência Contra as Mulheres e os mecanismos de proteção. O evento teve a participação de lideranças do MMTR, Secretaria de mulheres dos STRs, gestoras/es públicas, profissionais dos CREAS /CRAS, homens e jovens das organizações e comunidades de base.

Os municípios de Araci, Serrinha, Santaluz, Conceição do Coité, Ichu, Quijingue, Valente, Nova Fátima, Riachão do Jacuípe e Teofilândia participaram da audiência que teve o objetivo de refletir criticamente sobre os padrões culturais geradores de desigualdade e violência de gênero; Compreender a importância de envolver homens o debate e o seu papel na superação de gênero; Avaliar o contexto em que vivem as mulheres no Território do Sisal e Bacia do Jacuípe mediante os equipamentos inexistentes de proteção e criar estratégias territoriais de enfrentamento separação da violência de gênero junto ao poder público e sociedade civil.

A proposta de programação da audiência pública aconteceu com debates e discussões sobre padrões culturais geradores de desigualdade tendo a participação de Vilma Reis representando a Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Maria Alice SPMP do eixo de enfrentamento a violência do Estado e Néia Bastos
 representante do Comitê de mulheres da Bacia do Jacuípe e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher e também Vereadora eleita no município de Pintadas. As convidadas refletiram diante do tema onde houve troca de saberes com o publico presente.

Mediante as atividades realizadas em cada município participante, as mulheres construíram uma carta política entregue às palestrantes, com propostas territoriais sobre o enfrentamento à violência contra as mulheres.

Vilma Reis ressaltou que a ação tem uma atitude fundamental nos processos de enfrentamento a violência. “Essa ação que o MOC está realizando aqui na região do Sisal e na Bacia do Jacuípe, diante desse momento de ataque frontal aos movimentos sociais, as conquistas sociais e aumento de disseminação e intensificação da violência que tem desdobramentos tenebrosos na nossa vida enquanto mulheres, enquanto mulheres negras e fazendo 16 dias de ativismo botando no foco, na pauta, a participação dos homens na desmobilização dessa violência eu acho que é algo fundamental e temos aqui hoje a oportunidade de conversar com mulheres de diversas idades trocando formas, jeitos e propostas que mulheres encontraram lá na agricultura familiar, na sua roda de conversa, no seu sindicato, no grupo fazendo algo revolucionário”.

Durante a tarde o debate teve com o tema: Porque envolver os homens na luta pelo enfrentamento a violência de gênero? Estratégias e superações, que contou com a participação de Maria Vandalva Oliveira coordenadora Pedagógica do MOC e o professor de História Kléber Simões da Universidade do Estado da Bahia - UNEB Campus XIV história.

Para o professor Kléber “é muito importante que os homens, dentro da conjuntura atual, eles impliquem nessa campanha pelo fim da violência contra mulher, combatendo inclusive as várias formas de violência que existem, não somente a violência física, mas também a violência patrimonial e psicológica no sentido de que eles são os responsáveis enquanto agentes dessa violência por uma série e desigualdades sociais aos quais as mulheres estão submetidas por conta da sociedade machista e patriarcal em que vivemos. É fundamental também falar que os homens estão dentro dessa sociedade também em uma condição de não somente agentes sociais dessa violência, mas também, de sujeitos aos quais essa violência machista também os aflige de modo que sua própria condição enquanto homem ele se afaste ou não do padrão de masculinidade construído socialmente ao longo de uma trajetória da nossa sociedade brasileira”, completa o professor.
 

Segundo Selma Glória, coordenadora do PGEN do MOC, o evento traz várias reflexões especialmente para os homens. “A Campanha: Vamos mudar a regra do jogo? Homens pelo fim da violência contra as mulheres - tem o objetivo de mobilizar toda a população, de colocar os homens na roda de conversa para que eles também entendam o contexto de violência e as causas e as consequências as quais mulheres são submetidas. Então para eles, durante praticamente dois meses, foram realização ações diversas e hoje estamos realizando uma fase da campanha com a audiência pública onde a gente coloca em diálogo com estado, com a ouvidoria e com outras organizações as mulheres do territórios, para que elas possam apresentar as suas demandas, as propostas elaboradas na conferência os planos de desenvolvimento territorial para que as vozes dessas mulheres sejam ouvidas e para que a gente consiga passar a mensagem da desnaturalização da violência contra mulheres, ou seja, a gente entende que esses homens são parte do problema eles também podem ser parte da solução”, ressalta.

O Programa de Gênero do MOC realizará atividades nos municípios dos territórios fazendo com que a campanha dos 16 dias de ativismo agregue mais pessoas na luta de enfrentamento à violência contra as mulheres principalmente os homens. As ações tem a realização do MOC com a poio da
Actionaid.


Kívia Carmeiro
Comunicóloga
Programa de Comunicação do MOC