Debate abre o Encontro Nacional de Parceiros do TDH em Feira

19/07/2016
Debate abre o Encontro Nacional de Parceiros do TDH em Feira

O debate “E AGORA JOSÉ? As mudanças recentes no Brasil e os desafios para organizações da sociedade civil” foi tema da abertura do Encontro Nacional de Parceiros do Terre des Hommes Suisse (TDH) que acontece entre os dias 18 e 22 de julho de 2016. Parceiro do MOC, o TDH Suisse é uma associação não lucrativa Suíça, sem filiação política ou religiosa, comprometida com a infância e com um desenvolvimento solidário.

O debate aconteceu na noite deste 18 de julho, na Pousada Central, em Feira de Santana e foi conduzido por Domingos Armani, sociólogo com
diversificada militância social, mestre e consultor  em Desenvolvimento Institucional para organizações da sociedade civil.

O atual momento de transição que passa o país,
o que ele denomina de Ciclo dos Direitos, deu início à fala de Armani. Segundo ele trata-se de uma situação complexa “caótica” na qual um ciclo da história do Brasil,virtuoso no reconhecimento de inúmeros direitos, chega ao fim (de 1986 até 2014, final do terceiro mandato petista) sem que um novo ciclo se configure.  

Ciclo dos Direitos
Mobilização e articulação da sociedade civil desde o processo da Assembleia Nacional Constituinte, bem como a existência de lideranças políticas e sociais com base social e formação política, redução significativa da pobreza e da pobreza extrema, foram alguns dos vários elementos apontados por Armani, que criaram condições para o Ciclo dos Direitos.

Armani ressaltou também algumas características desse Ciclo bem como alguns sinais que apontavam seu fim, quais áreas que não avançaram, quais áreas de retrocesso e quais os obstáculos. Em seguida contextualizou um pouco a atual situação da conjuntura política brasileira destacando dentre outros fatores, uma maior articulação e projeção pública das forças conservadoras e de direita e a crise de sustentabilidade do campo das Organizações da Sociedade Civil de defesa de direitos.

Mundo mais conservador
“A crise de legitimidade e funcionalidade das instituições, associada com a crise ético-política das forças de esquerda e o avanço do pensamento conservador no país (e no mundo), indicam que transformações estruturantes doravante só acontecerão com a mudança de visões e atitudes por parte da sociedade e com a reforma da institucionalidade”, destacou Armani.

“Qual a grande estratégia para dar maior equilíbrio entre incidência institucional e disputa de narrativas no espaço público”? questionou o consultor à plenária composta por representantes do MOC, do TDH, da Secoya, Escola Família Agrícola do Sertão, Sasop, Grãos de Luz, Coopeser, Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), UEFS, Unicafes Bahia, Escola Família Agrícola de Ilhéus, Levante Popular da Juventude, APLB e professores/as de alguns municípios da região. “Não é possível começar novo ciclo se a gente não se reinventar”, concluiu o consultor.

Intercâmbio
Dando continuidade ao Encontro Nacional de Parceiros do TDH, nesta terça, dia 19, acontece um intercâmbio na comunidade de Macambira, município de Serrinha, com visitas às experiências de educação contextualizada e segurança alimentar, à luz da convivência com o Semiárido. Nos demais dias (20 a 22/07) o evento acontecerá no Hotel Seabra, também em Feira.

Por:
Maria José Esteves
Jornalista/Programa de Comunicação do MOC