Uma vida dedicada à organização das mulheres

26/09/2007

Com 27 anos de sua vida destinados à construção do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), Maria Madalena dos Santos é moradora da zona rural de Araci. Filha de trabalhadores rurais, não teve a oportunidade de estudar e começou a trabalhar cedo.

Madalena conheceu o MOC na década de 1980 através de um curso de primeiros socorros. Ela conta que foram essas capacitações que a despertou para a necessidade de estudar a questão das mulheres. Foi então que Madalena integrou o MMTR e iniciou um trabalho educativo com objetivo de mostrar para as mulheres como se organizar e lutar por seus direitos. “A partir desse momento, mergulhei mais fundo nas questões de gênero para melhorar a qualidade de vida e gerar renda para as mulheres”, declara.

Madalena relata que antes de participar do movimento social era uma pessoa de pouco conhecimento, mas que não lhe faltou força de vontade para lutar por dias mais justos. Durante essa caminhada, participou dos projetos do MOC se envolvendo em atividades para geração de renda, aquisição de cisternas para as comunidades através do fundo rotativo e desenvolvimento de práticas que ajudassem na agricultura familiar.

A trabalhadora rural explica que sempre esteve ligada ao movimento sindical e de mulheres e já fez parte da Comissão Municipal de Recursos Hídricos de Araci, da direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da APAEB e coordenação do Movimento de Mulheres Estadual.

“Nós mulheres descobrimos coisas novas com os projetos do MOC. Minha vida mudou quando comecei a adquirir conhecimento, aprendi como são feitos empréstimos para trabalhadoras rurais, como ter acesso a aposentadoria e pensão, como adquirir a cisterna e a cada descoberta procurava ensinar as outras pessoas como melhorar a vida delas também”, afirma.

Madalena declara que com a organização, as mulheres superaram as dificuldades e as reivindicações do gênero começaram a ser aprovadas e garantidas na constituição federal. Atualmente, Madalena participa da coordenação a nível regional do Movimento de Mulheres e do grupo de produção ligado a Cooperafis que fabrica o artesanato de caroá.

“Antes só eram feitos dois ou três tipos de artesanato, que aprendemos com nossas avós e mães. Participando das capacitações realizadas pelo MOC, conhecemos novos pontos e passamos a fazer produtos diferentes, como bolsas, chapéus, caminhos de mesa. A coisa mais fantástica que eu adquiri nesses 27 anos com o movimento social foi mesmo o conhecimento. Quando a gente começa conhecer os nossos direitos, aprende a lutar com mais determinação”, declara Madalena.


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